Em plena II Guerra Mundial,que então corria de feição aos exércitos nazis e num país em que apenas "sabiam ler" cerca de 40,7% da população, arriscar a concepção e direção da "Biblioteca Cosmos" foi, seguramente, o mais corajoso empreendimento de Bento de Jesus Caraça.
Como este o assinalou, a Biblioteca Cosmos visava «um conjunto de conhecimentos que ao homem-comum, ao homem-da-rua, são indispensáveis para adquirir aquela maneira científica de olhar as coisas sem a qual será sempre deficiente o exercício da cidadania.»
Em menos de oito anos, foi possível publicar 114 títulos, organizados em 145 volumes, com uma tiragem média a rondar os sete mil exemplares!
Tratou-se de uma inequívoca vitória sobre quantos gritavam que “Portugal não necessita de escolas (...) Ensinar a ler é corromper o atavismo da raça”, nas palavras do monárquico, legionário e deputado da União Nacional João Ameal.
Com recurso à página http://www.bibliotecacosmos.com/, mantida pelo nosso associado Guilherme Silva Arroz, disponibilizamos aqui uma primeira abordagem do que foi a Biblioteca Cosmos, a sua riqueza e diversidade, bem representativas da persistência consciente que Bento Caraça imprimiu a esta tarefa.